terça-feira, 24 de agosto de 2010

Compreender ao invés de ser compreendido

O Câncer traz para muitas pessoas a lembrança de dor e sofrimento de parentes e amigos que já morreram.

Quando alguém se apresenta diante destas pessoas dizendo que está com Câncer, invariavelmente a pessoa que é portadora destas vivências, traz, mesmo contra a sua vontade, estas lembranças e neste momento a possibilidade de ajuda que esta pessoa pode oferecer aquele paciente é minada por também se tornar refém de tais sentimentos.

Devido a este tipo de doença mexer com o psicológico das pessoas torna-se difícil para aquele que está diante do paciente de câncer dissociar a sua própria experiência/imagem da doença, com a real experiência que o paciente está vivenciando.

Existe portanto uma distorção, na qual, o paciente deixa de ter uma representação própria, mas passa a representar um arquétipo ou um símbolo, cuja representação irá variar dependendo de cada pessoa.

De uma certa forma, o paciente de Câncer é que tem que compreender os outros e estar preparado para não deixar-se influenciar pelos aspectos negativos que irá receber dos outros (que não é intencional, mas fruto de uma representação interna de cada um) e manter-se íntegro e convicto de suas próprias forças internas.

É um grande desafio, pois o paciente de câncer dependendo do estágio que está passando pode torna-se vulnerável.  Se a pessoa é influenciável ou tem o caráter frágil e vacilante pode sentir-se ainda mais fragilizada.

De minha parte, nunca tais reações me afetaram, pois compreendo o impacto que o Câncer causa nos outros. Porém, compartilho estas reflexões por considerar muito interessante.

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