Depois veio a metástase para o outro lado do pescoço e para o pulmão, que felizmente com 6 meses de quimioterapia foi revertida e a do pulmão está sob controle.
E finalmente 33 sessões de radioterapia, que finalizou em 27/12, mas que até agora ainda não me recuperei dos efeitos, pois a laringe foi muito queimada internamente e sinto dores para engolir e ainda estou me alimentando por sonda.
Neste 1 ano de tratamento, afastado do trabalho, vivendo as mais duras privações, como recuperação do corpo após uma cirurgia. Fiz esvaziamento cervical do lado esquerdo e retirei uma veia do braço esquerdo para fazer reconstrução.
Recuperação pós quimioterapia, que detona o organismo, dá muito cansaço, enjôos, etc.. Até hoje sinto pés e mãos formigando.
Recuperação pós radioterapia, com o sofrimento da mucosite, fraqueza, e depois as dores na garganta.
Enfim, me sinto como um guerreiro que passou por diversas batalhas e venceu pacientemente cada uma delas e agora espera o final de tudo para que possa me libertar.
Além de tudo, ainda tem a ansiedade e expectativa das novas tomografias que vou fazer este mês para ver como tudo está.
Gostaria que a recuperação da garganta tivesse sido mais rápida. Hoje já faz mais de 1 mês do término da rádio e a garganta ainda não se recuperou totalmente para eu poder tirar as sonda e ainda sinto dores.
Gostaria de voltar a trabalhar no final deste mês, mas depende da evolução do quadro. Tem que ter paciência, é o jeito.
O importante é que o tratamento esteja dando certo, que nas tomografias não dê mais nada. Isto sim será muito bom de ouvir e ver.
A recuperação da garganta é um fator biológico, que cedo ou tarde tem que estabilizar. E todo o resto é uma consequência.
Porém, a ansiedade de alguém que já sofreu tanto e não vê a hora de voar é grande. Aliás, a ansiedade não é só minha, mas de toda a família.
Ainda bem que tenho o Blog, onde posso expressar meus sentimentos e desabafar um pouco.
A vitória é certa, logo sua vida irá voltar ao normal. Deus não te desampara. O blog tb me ajuda e muito. Fica com Deus e força! Um abraço!
ResponderExcluirFelipe, todos nós que passamos pelo diagnóstico de uma doença fatal e um tratamento dolorosíssimo para erradicá-lo, sofremos do que eu chamo de 'síndrome de pós-tratamento'; outro dia estava até pensando em postar algo a respeito, mas ainda não sei bem como me expressar. Esta síndrome envolve aspectos variados - por isso é síndrome -, tais como: a ansiedade e o medo a cada exame de controle; a sensação de desamparo após o final do tratamento - acostumamo-nos ao cuidado constante da equipe médica; e uma certa sensação de vácuo em relação à retomada da vida normal, muito embora seja isso que todos desejamos. É como se houvesse um tempo não preenchido, um intervalo perdido em nossas vidas. Além disso, ficamos para sempre marcados pelo receio de que esta terrível doença possa de novo nos acometer, pois sabemos como debilita e como tratá-la é tão doído. Todos desejamos uma vida digna até o final e sabemos que a perda da vida pelo câncer não é bem assim e nunca estamos preparados para isso, compreende?
ResponderExcluirMas há luz no final do túnel: tudo isso vai passando na medida em que, a cada exame, descobrimos que temos mais um ano, mais dois anos, mais cinco anos, mais dez anos de vida, até que o trauma vá embora. E passamos a usufruir de cada momento, de cada vitória.
Já falei para você que ninguém passa incólume por isso tudo e o fato de ter um espaço público para desabafar e compartilhar experiências, além de oferecer ajuda aos que passam pelo mesmo problema, nos dá a certeza de que não estamos sozinhos.
Continue firme, na fé e no trabalho de colaboração que faz aqui. Toda semeadura tem sua colheita. Um abraço carinhoso para você e sua bela família. Angela
Felipe... Força, vc já é um vencedor, agora é a etapa final... logo estará 100%, o pior já passou, está lá no passado.. Vai dar tudo certo sim.. confie! Bjs
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