quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Câncer e Solidão - Parte 2


Escrevi um post chamado Câncer e Solidão em 24/11 onde eu expressava alguma decepção com o apoio de alguns familiares e amigos.

Gostaria de dizer que esta situação mudou já a algum tempo.   Tive uma conversa com alguns membros da minha família, onde conversamos, eu expus os meus sentimentos e tudo melhorou muito de lá para cá, com mais visitas, mais atenção, etc..

Quando passamos por uma doença como o Câncer, em determinados momentos nos sentimos muito carentes, principalmente quando estamos nos recuperando de uma cirurgia, da quimioterapia ou radioterapia.  Pois nosso corpo fica fraco e a nossa mente acaba acompanhando.

Porém, as pessoas em geral não estão preparadas para lidar psicologicamente falando com um paciente de câncer.  Muitas vezes acham que vão atrapalhar, e preferem ficarem ocultas, embora rezem e torçam pela pessoa.

Este fato acaba por trazer o inconveniente de trazer uma separação, pois o doente gostaria de ser visitado, paparicado e o amigo ou parente acha ou tem medo de abordá-lo, de ficar mais próximo, etc..

Muitas vezes a saída é nós mesmos nos manifestarmos e dizermos aquilo que gostaríamos, embora isto para nós seja óbvio, nem sempre o é para outras pessoas.

Bom, não sei se é o melhor caminho, mas para mim funcionou e me sinto bem, e isto é o que importa.
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3 comentários:

  1. Olá Felipe,

    Querido irmão, vibrante caixa de surpresas. Não havia lido a postagem de 24/11 e hoje, motivado pela segunda parte, fui até lá e recuperei o texto e os comentários, inclusive o do David.
    Não é o caso de entrarmos em detalhes por aqui, mas testemunhei que valeu a pena voce ter manifestado à familia o sentimento de abandono.
    De fato, as pessoas não sabem como lidar nestas situações. Especialmente no seu caso, em que há dificuldade e sofrimento até mesmo para exercitar as cordas vocais.
    Sempre aprendemos muito com as amizades e familiares. Geralmente é nas horas dificeis que percebemos um cenário real diferente daquele ao qual imaginávamos.
    Voce sabe: passei por situações muito dificeis e nem sempre os amigos e parentes demonstraram qualquer interesse em procurar saber como eu estava. Ao contrário, percebi - aqui e ali - ser rotulado com chavões com as quais a maioria das pessoas classificam os outros.
    O melhor a fazer é procurar entender o mundo como ela é e as pessoas como simples seres humanos, vulneráveis e frágeis em seus sentimentos e afetos.
    Muitas vezes a tendência das pessoas é ver o mundo da forma como imaginam e não como ele realmente é.
    O apoio que você está recebendo da Geni e, especialmente, da familia dela que está geograficamente mais próxima é uma dádiva divina. Poucos, em situação semelhante, têm a mesma sorte.
    Posso testemunhar também que você é uma pessoa muito querida de seus familiares. Todos,sem excessão, oram diariamente por você e pedem por sua recuperação. Talvez não tenham desenvolvido a arte de se manifestar com a cristalina pureza com a qual você aprendeu a desenvolver. Porém, antes não era bem assim, lembra-se ?

    Um fraternal e caloroso abraço,
    do mano,

    édison motta

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  2. Tem toda razão, Felipe! Precisamos de colo quando estamos fragilizados e você não se envergonhou de pedir. Bacana! Gostei muito de falar com você pelo skype no outro dia, achei-o com excelente aparência e muito sereno. Fiquei muito feliz! Vamos repetir a dose, quando eu voltar da roça, combinado? Bjs

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  3. Ano passado escrevi sobre isso...da dificuldade...de evitando visitar é como se estivessem se vacinando contra o câncer...da negação (mecanismo de defesa)da finitude de nossa matéria. Que bacana que conseguiu por pra fora e reverter a situação.
    Beijuuss e um fds iluminado

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